Sindmed-AC vistoria UPA do Segundo Distrito e detecta superlotação, falta de exames e medicamentos
Na tarde desta terça-feira (20), os diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), Guilherme Pullici e Jacqueline Fecury, vice-presidente e primeira-secretária da entidade, respectivamente, realizaram uma visita à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito, em Rio Branco.
Na visita os diretores constataram que o sistema de atendimento continua sobrecarregado, sem condições de atender todos os casos, que falta medicamentos essenciais para tratar a Covid-19 e a unidade, considerada referência em atendimento a casos do novo coronavírus, não dispõe de exames essenciais para estratificar a gravidade da infecção por Covid-19.
Às 14h34min desta terça-feira, enquanto os diretores visitavam a unidade acompanhados da diretora geral da UPA, Dora Vitorino, já havia sido atendidos 230 pacientes que procuraram a unidade alegando sintomas da doença. Até o final da visita havia mais 130 pacientes aguardando classificação e logo depois atendimentos.
Para Jacqueline Fecury é grave a situação de sobrecarga da UPA. “ Acho inviável que a gente tenha apenas essa porta de entrada para os pacientes de Covid . A demanda da UPA está muito grande. É necessário e urgente que tenhamos outras portas de entrada para o atendimento básico, como o Into que tem que abrir logo o ambulatório, e as unidades básicas de saúde . A secretaria municipal de saúde informou que iria viabilizar duas unidades na última reunião que tivemos com o ex-secretário Otoniel Almeida”, diz.
A primeira-secretaria do Sindmed-AC, Jacqueline Fecury, questionou se a unidade tinha todas as medicações adotadas no protocolo de atendimento. Jacqueline Fecury foi informada pela direção da UPA que a unidade não adotou ainda o tratamento com hodroxidocloroquina e que está faltando metilprednisolona, um corticoide importante para determinada fase do tratamento a Covid. “Achávamos que a metilprednisolona já estaria disponível, pois fomos informados pela gestão da compra da medicação.
Esta é uma medicação que não pode faltar”, frisou.
Na farmácia da UPA do Segundo Distrito também foi informado que outro remédio usado no protocolo de tratamento da Covid-19, o Clexane, está acabando no estoque.
Além da falta de medicamentos, os diretores também questionaram que tipos de exames para apoio e diagnóstico estão sendo realizados na unidade, cuja finalidade de cada um é detectar em que estágio a doença se encontra. A chefe de laboratório afirmou que a UPA realiza hemograma, DHL, mas está faltando PCR quantitativo e ferritina. Dimero D eles também não estão fazendo. Com relação à realização de tomografias, a direção da unidade afirmou que o exame de imagem só é realizado em pacientes já internados e que os paciente da porta de entrada, pacientes ambulatoriais, não possuem fluxo para este atendimento.
O vice-presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pullici, conversou com um dos médicos sobre a lotação na emergência e necessidade de intubação de pacientes, e ficou impressionado com a gravidade de alguns casos que estão aguardando procedimentos, haja vista que faltam condições clínicas para atender todos. “Tem paciente saturando 78%, mas há outro paciente ao lado saturando 56% e, por isso, deverá ser priorizado apesar de ambos necessitarem de suporte ventilatório. É um caso preocupante para pacientes e equipe que não sabem que medidas adotar diante da situação caótica do sistema de saúde, diz.
A diretoria do Sindmed-AC defende em reuniões que a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) adote novas unidades com condições para atendimentos de casos de Covid-19 e que as respectivas unidades tenham condições de oferecer diagnósticos mais precisos e rápidos. O Sindmed-AC solicita, com urgência, que sejam abertas novas unidades para atender os pacientes de Covid e que seja dados aos médicos condições para realizar diagnóstico e tratamento da doença em todas as suas fases.