Representante do Sindmed-AC critica falta de planejamento da Sesacre no caso que resultou em decretação de situação de emergência
O presidente em exercício do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), Rodrigo Prado, criticou a falta de planejamento por parte da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) no caso de surtos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (Srag). A elevação da demanda é anual, sazonal e recorrente, o que já seria motivo para garantir o planejamento antecipado da ampliação do serviço.
Para o sindicalista, a situação é delicada e a declaração de emergência será demagógica e politiqueira caso se deixe de contratar médicos suficientes para oferecer atendimento apropriado para as crianças.
“O estado vai receber recursos para abertura de leitos, mas, se não existir profissional suficiente, não teremos efetividade na prestação do serviço. Temos profissionais estressados, por passarem por pandemia, que sofreram no ano passado devido à alta dos casos de síndromes gripais e a falta de apoio da Sesacre. A previsão é de que os especialistas estarão atuando além da capacidade prevista em normas ético-profissionais. Os médicos já trabalham no limite”, criticou Rodrigo Prado.
O presidente em exercício alertou ainda que profissionais estão sendo obrigados a cancelar férias em decorrência desta falta de gestão, mesmo sabendo que os médicos estão cansados, uma situação que pode resultar em burnout, Síndrome do Esgotamento Profissional, com sintomas de exaustão extrema e estresse, resultante de situações de trabalho desgastante, além de redução na qualidade do atendimento prestado e aumento na chance de erro médico devido ao aumento da demanda sem a contrapartida do aumento correspondente de profissionais.
“A responsabilidade é do governo do estado que já tinha informações necessárias sobre o aumento da demanda. Nos últimos meses já existia constatação da alta por demanda de leitos e, obviamente, era informação suficiente para realizar mais contratações e habilitação de leitos, mas a gestão prefere trabalhar além do limite, colocando em risco a vida das crianças”, protestou.
Rodrigo Prado explicou que uma série de visitas serão realizadas para aferir se o total de leitos por médico está sendo atendido e para verificar outras questões trabalhistas. Os casos irregulares serão levados para o setor jurídico com o objetivo de realizar denúncias e até a possível judicialização.