Epidemiologia dos transtornos de ansiedade em regiões do Brasil

Epidemiologia dos transtornos de ansiedade em regiões do Brasil

Objetivo: Identificar a frequência, os fatores determinantes e o uso de serviços de saúde disponíveis para o tratamento dos transtornos ansiosos no Brasil. Métodos: As buscas foram realizadas nas seguintes bases de dados: PubMed, LILACS e Google Acadêmico, cobrindo os 10 últimos anos. Os descritores foram: “epidemiologia”, “transtornos de ansiedade”, “prevalência” e “Brasil”. Foram selecionados os artigos com dados originais, de amostras representativas da comunidade. Critérios de inclusão: os transtornos de ansiedade devem ter sido avaliados por meio de entrevistas diagnósticas padronizadas.

Resultados: A prevalência-ano de transtornos ansiosos em algumas regiões do Brasil (principalmente regiões sudeste e sul) foi elevada, chegando a 19,9% e prevalência-vida de 28,1% na região metropolitana de São Paulo. A razão de prevalência, ou a relação entre a taxa no último ano e ao longo da vida, foi de 0,71, mostrando a alta persistência dos transtornos ansiosos. Alguns fatores sociodemográficos e a comorbidade com outros transtornos mentais (principalmente com a depressão) e fïsicos foram associados com a ansiedade. Os quadros mais persistentes foram os mais associados com a comorbidade física e doenças crônicas. Somente 23% dos indivíduos entrevistados (com a maior procura entre os pacientes com transtorno do pânico) obtiveram alguma forma de tratamento de saúde no ano anterior à entrevista.

Discussão: Nas regiões incluídas na presente revisão, os transtornos ansiosos representam a condição psiquiátrica mais prevalente entre os estudos que avaliaram outros transtornos mentais, cujo curso apresentou alta persistência ou cronicidade. Em comparação com países de alta renda, há alguns indícios que a proporção de indivíduos que obtiveram alguma forma de tratamento no nosso meio seja menor. Com base nos dados levantados, constatou-se que grande parte dos estudos avaliados comenta sobre a importância de implementar serviços públicos abrangentes, a fim de fornecer uma rede de apoio para as necessidades da população.

BIOGRAFIA DO AUTOR

Vitor Iglesias Mangolini, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina FMUSP

Vitor Iglesias Mangolini, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina FMUSP

Acadêmico de Medicina na Faculdade de Medicina da USP, Nucleo de Epidemiologia Psiquiatrica (LIM-23), Instituto de Psiquiatria, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo,
SP BR.Laura Helena Andrade, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina FMUSP

Doutora em Psiquiatria, Médica assistente do Instituto de Psiquiatria, Nucleo de Epidemiologia Psiquiatrica (LIM-23), Instituto de Psiquiatria, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, BR.Yuan-Pang Wang, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina FMUSP

Doutor em Psiquiatria, Médico assistente do Instituto de Psiquiatria, Nucleo de Epidemiologia Psiquiatrica (LIM-23), Instituto de Psiquiatria, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, BR.

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