Unidade Mista de Manoel Urbano enfrenta problemas graves que colocam em risco a vida dos pacientes

Há mais de 7 anos, o novo aparelho de raio-x da Unidade Mista de Manoel Urbano está encaixotado e guardado em uma sala escura. A etiqueta de envio estampada tem a data de 16 de novembro de 2018, e enquanto a instalação não é realizada, os pacientes usam um equipamento antigo, com baixa resolução, o que dificulta o diagnóstico e prejudica o tratamento.
O motivo da falta de instalação da máquina, capaz de realizar exames de imagem, seria a falta de barita na sala, uma camada de material que evita a propagação de radiação. A ausência da barita, porém, não impede o uso do equipamento antigo. Assim, a suspeita é de que a cada exame realizado, um disparo radioativo contamina pacientes e trabalhadores.
A situação se agrava ao considerarmos a reforma interminável da unidade. No local, não existe placa anunciando os reparos estruturais, anúncio que deveria conter informações sobre o valor da obra, o prazo de início e de término.
A falta de condições adequadas de trabalho fica ainda mais evidente ao avistarmos um urubu se alimentando do esgoto aberto e transbordando entre os blocos do setor de atendimento e da enfermaria.
Os plantonistas relatam ainda a falta de médicos, além de fazerem queixas sobre a falta de apoio do setor de regulação para o envio de pacientes que precisam de maior atenção. O espaço ainda apresenta infiltrações causadas pela manutenção inadequada.
Para a primeira secretária do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), Katia Campos, a situação encontrada durante visita técnica na sexta-feira, 31, beira o desrespeito à vida das pessoas que procuram a unidade para cuidar da saúde, mas que acabam expostas a riscos ainda maiores.
“É inacreditável ver uma situação tão degradante. Os servidores merecem respeito, pois estão sofrendo com tamanho descaso”, protestou a representante sindical dos médicos.
Todos os flagrantes foram registrados em um relatório para cobrar providências das autoridades.










