Sindmed-AC apresenta a Sesacre problemas graves detectados em unidades do interior
Durante a tarde de sexta-feira (8), a direção do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) realizou uma reunião com o secretário de Saúde do Acre, Alysson Bestene, a secretária adjunta, Paula Mariano, Conselho Regional de Medicina (CRM), representado pelo médico Alan Areal e o promotor de Justiça de Defesa da Saúde, Glaucio Oshiro.
A reunião que durou 1h30min teve por objetivo apresentar graves falhas detectadas em hospitais do interior do Acre. O presidente do Sindmed-AC, Murilo Batista, afirmou que a situação no interior é um pouco mais grave do que na capital e que precisam ser tomadas providências para dar suporte aos profissionais que trabalham nos municípios.
“A situação lá é um pouco mais complicada, justamente por não ter este apoio do Into, Huerb, e se nesses locais a situação piorar não tem muito o que ser feito depois, por isso precisamos de providências”, diz.
A primeira-secretária do Sindmed-AC, Jacqueline Fecury, relatou ao secretário de saúde que em alguns municípios falta máscara N95 para os profissionais, que em Brasileia há denúncias de que o uso da máscara é restrito e só é liberado o uso do equipamento de proteção para realização de procedimentos com aerosol, e que não cabe essa restrição para profissional da linha de frente . Jacqueline Fecury frisou ainda que falta nos municípios, um medicamento importante no tratamento da Covid, e que os profissionais reclamam da falta de treinamento para intubação em Feijó, além da falta de pessoal para fechar Escalas de Trabalho.
“O pessoal da linha de frente não tem N95 para fazer os atendimentos, eles estão comprando do próprio bolso. Uma queixa em comum dos três municípios foi a falta de acesso a N95”, frisou.
A este respeito o representante do Conselho Regional de Medicina, Alan Areal, também ressaltou a importância dos médicos usarem os equipamentos adequados.
“A máscara cirúrgica não é adequada para quem está realizando atendimentos, a ideal é a N95”, frisou.
Sobre as dificuldades para fechar a Escala de Trabalho, Jacqueline Fecury citou que esta foi reclamação constante e que algo precisa ser feito para solucionar o problema.
“No caso de Feijó a falta de profissionais já é uma demanda antiga e há cerca de dois anos eles solicitam a adequação. Em Brasiléia também está faltando profissionais para fechar a Escala de Trabalho”, diz.
A diretoria do sindicato solicitou que a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) providencie o mais rápido possível um treinamento para profissionais do interior com relação a intubação de pacientes com o novo coronavírus.
“Feijó solicitou urgentemente um treinamento sobre intubação ”, frisou a primeira-secretária.
Jacqueline Fecury também citou que nas visitas que diretoria fez nas unidades os médicos ,mais especificamente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito, os médicos reclamaram da falta de protocolos mais específicos , principalmente em relação aos critérios para alta e uso de medicações para determinadas fases do tratamento da Covid-19. “ Fomos informados que os colegas da UFAC fizeram esse protocolo e já estão prestes a divulgar”, diz.
Jacqueline Fecury também questionou se são verídicas as informações de que os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto Socorro serão fechados para reforma do prédio. Vários filiados denunciaram ao sindicato suposta reforma durante a pandemia. Alysson Bestene afirmou que o prédio passará por reforma, mas não durante o período de enfrentamento ao coronavírus .
O vice-presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici, solicitou ainda que a Sesacre faça adequações nas Escalas de Trabalho em Rio Branco.
“Os colegas reclamam da questão da emergência e o ideal seria que houvesse adequação de horários”, diz.
Guilherme falou também do abalo psicológico que alguns profissionais estão submetidos e que acabam desistindo de trabalhar na linha de frente da Covid-19.
Alysson Bestene afirmou que é preciso união de todos para enfrentar a pandemia e que a Sesacre está tomando as medidas necessárias.
“Com relação aos EPIs, estamos mandando para o interior e inclusive vou checar se foi reposto nesses municípios. Neste caso, dos treinamentos falta pessoas disponíveis, mas estamos fazendo o possível e em breve chegaremos a Feijó. Já com relação à medicação, a contratação da empresa Medial também cobrirá esta demanda”, diz.
Uma das demandas colocadas pelo presidente do Sindmed-AC, Murilo Batista, é o pagamento de insalubridade e adicionais para quem trabalha na linha de frente ao atendimento da pandemia. O secretário de Saúde afirmou que até o final deste mês de maio os pagamentos serão feitos.
O promotor de Justiça do Ministério Público do Acre, Glaucio Oshiro, afirmou que considera importante a defesa que o sindicato faz de seus profissionais e defendeu a união de todos em nome do bem comum.
“Eu reputo como muito importante que o sindicato e CRM queiram proteger seus profissionais e temos que chegar a uma equação que inclua conscientização e proteção da saúde destes profissionais”, diz o promotor.