Diretores do Sindmed-AC encontram mais falhas na UPA do Segundo Distrito
Diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) estiveram na tarde de terça-feira (14) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito de Rio Branco, unidade de referência para recebimentos de pacientes com suspeita de Covid-19. Eles conversaram com os administradores, médicos e enfermeiros da unidade. Os diretores detectaram falhas na unidade de saúde, colheram as demandas dos médicos que informaram que não estão recebendo os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de forma suficiente.
Os médicos afirmaram que os profissionais que fazem a linha de frente de atendimento não têm protetor facial e os aventais são finos e pequenos. Os médicos, que atendem na unidade, disseram ainda que eles mesmos estão arcando com o custo para aquisição de aventais mais longos e de TNT para que não aumente o risco de contaminação dos profissionais que estão no enfrentamento à pandemia no estado. “ Nós mesmos estamos pagando com nosso próprio dinheiro para mandar fazer os aventais em TNT e, mesmo assim, não é o adequado. Os protetores faciais são poucos”, conta uma médica.
Os representantes do Sindimed-AC também receberam queixas dos médicos por conta da climatização insuficiente nas salas. Outra queixa é de não terem apoio de outras unidades onde também deveriam ser realizados exames de diagnóstico do Covid-19, pois recebem pacientes oncológicos com suspeita de coronavírus antes de irem ao Unacom sendo que já têm imunidade baixa e estão em área de referência para tratamento da epidemia, com casos positivos internados.
Uma das médicas afirmou que o ideal seria que as unidades de saúde tivessem testes de diagnósticos para evitar que pacientes com suspeita da doença, especialmente do grupo de risco, não fiquem no mesmo lugar que pacientes que testaram positivo.
Vale lembrar que em 20 de março a UPA do Segundo Distrito de Rio Branco se tornou a unidade de referência no atendimento a pacientes com sintomas do novo coronavírus. Como medida de emergência para evitar a proliferação da doença e melhorar o fluxo na unidade, a direção resolveu suspender os atendimentos ambulatoriais.
Para os sindicalistas, a falta de EPIs é algo grave e que pode comprometer a saúde dos médicos e, consequentemente, os atendimentos por eles feitos. “Acho importante que todos os EPIs sejam disponibilizados aos profissionais de saúde e que sejam de qualidade. Já há estudos mostrando a relação de contaminação dos profissionais de saúde com o uso de EPIs inadequados e também as falhas de treinamento. Não cabe que os colegas tenham que comprar os próprios equipamentos”, frisou a primeira-secretária do Sindmed-AC, Jacqueline Fecury.
O vice-presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pullici, frisou que o sindicato levará todas as demandas até a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) para que os problemas sejam resolvidos.
“Quem está na linha de frente precisa de equipamentos que são importantíssimos para que possam atender de forma adequada. Vamos levar esses assuntos até a gestão para que sejam solucionados”, diz.