Nota de Repúdio

A Diretoria do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) recebeu a notícia de municipalização de hospitais do interior com sentimento de revolta. É vergonhoso para a gestão da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) anunciar pela imprensa a municipalização de hospitais do interior, assinando atestado de incompetência, assumindo ser incapaz de cumprir com a importante tarefa de garantir saúde pública de qualidade.
Ao assumir um tenebroso plano sem passar por debates com os servidores e com o próprio Conselho Estadual de Saúde (CES), o governo do Estado declara a quebra do legítimo debate democrático e o sentido maior de universalização do sistema, sobrecarregando a ponta, os municípios, que não possuem arrecadação própria e sobrevivem de transferências constitucionais, e que não possuem capacidade para a gestão de unidade de média complexidade.
Os representantes deste Sindicato ainda acreditam que propagar o tema busca fugir do foco principal, que é a garantia de melhorias das unidades de saúde e a finalização do Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR), uma reforma necessária para atrair e fixar médicos especialistas no Acre, o que demonstra a falta de habilidade política por parte do governo de Gladson Cameli, ao brincar com a saúde dos acreanos.
A declaração de incompetência ainda aumenta os riscos para a saúde das pessoas, e eleva a possibilidade de assédio moral contra servidores, ao permitir a ampliação do uso de apadrinhados na administração de hospitais, surgindo uma série de irregularidades, além das existentes e já comentadas, como a possível criação de uma fila “prioritária” de atendimento para eleitores de determinado candidato, aumentando o curral eleitoral.
A Diretoria do Sindmed-AC ainda alerta para os riscos reais da falta de recursos, como já ocorreram em gestões anteriores de unidade gerida por Oscip, deixando salários atrasados pelo atraso de repasses, condicionando o dinheiro da saúde a uma mera conveniência política, elevando o risco de mortes por falta de insumos e de assistência.
O atestado de incompetência da Sesacre e do governo de Gladson Cameli é ainda mais flagrante ao verificar o atraso de obras importantes, como o Hospital de Sena Madureira, que deveria ter sido inaugurado em 2021, e de Feijó, que deveria ser entregue em abril de 2024.
A Diretoria do Sindmed-AC se reunirá para debater uma estratégia em conjunto com a equipe de advogados e apresentará propostas de mobilização para a categoria, que poderá decidir até por uma greve por tempo indeterminado.
A Diretoria do Sindmed-AC