“Apagão” no sistema de oxigênio da UPA do Segundo Distrito coloca pacientes em risco

“Apagão” no sistema de oxigênio da UPA do Segundo Distrito coloca pacientes em risco

Um “apagão” na central que fornece oxigênio para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito resultou em uma verdadeira corrida de médicos para socorrer os pacientes com coronavírus (Covid-19) que estavam intubados. Para evitar mortes, os profissionais começaram a pedir de outros setores algumas balas de oxigênio, entre elas as das viaturas do Serviço Móvel de Urgência (Samu).

O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) flagrou o “susto”, em que servidores carregavam os cilindros pelos corredores, na manhã deste sábado (30/05). Os médicos alertaram que a pane no sistema vem ocorrendo com certa frequência e o motivo seria a utilização de forma ininterrupta 100% da capacidade.

“Olha, foi uma situação que chegamos a pensar em registrar um boletim de ocorrência contra o governo do Estado, pois não é a primeira vez que isso ocorre”, alertou um dos médicos que preferiu não se identificar.

O técnico da empresa foi chamado e conseguiu colocar o sistema em atividade, mas os profissionais temem um novo apagão.

Na UPA, todos os respiradores e leitos estão ocupados e pacientes não param de dar entrada, chegando a existir pessoas pelos corredores, em que os exames apontam a necessidade urgente de oxigênio.

“Os pacientes chegam com baixa saturação [pouco oxigênio no sangue], mas não há leitos. Uma situação que nos causa muita tristeza, porque não há equipamentos para ajudar”, disse outra médica que pediu para que o nome não fosse divulgado e que alertou para a falta de servidores, como fisioterapeutas para ajudar no combate da Covid-19.

O problema se agrava, pois apenas os casos positivos, confirmados por meio de exame, é que podem ser encaminhados para o Into, local em que existem leitos de enfermaria e Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas existe uma demora que chega a 5 dias, espera que pode atingir até 15 dias para a divulgação dos resultados.

O presidente do Sindmed-AC, Murilo Batista, explicou que esses problemas seriam levados a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), mas os gestores cancelaram por duas vezes seguidas a videoconferência para tratar do tema. Entre as demandas que seriam cobradas ainda estão o treinamento dos médicos de Feijó para realizar a intubação de pacientes, além da contratação de mais um fisioterapeuta e o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

“Precisamos cobrar dos gestores alguma resolução para os problemas, pois não é possível conviver com a pane do oxigênio, além da criação de uma burocracia para evitar o transporte de pacientes para o Into. Procuramos o diálogo, mas vidas estão em jogo, por isso é inadmissível que não haja resposta por parte do governo do Estado”, protestou o sindicalista. Todos os problemas, incluindo a burocracia criada para evitar as transferências de pacientes e as dificuldades vividas pelos médicos do interior, farão parte de um relatório que será encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE).

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